10 mitos sobre alimentação saudável para não se enganar mais
Para quem busca emagrecer ou deseja adotar uma alimentação saudável, é importante não cair em certas armadilhas. Por exemplo, a história de que é preciso cortar totalmente os carboidratos da dieta para emagrecer é um mito. Afinal, o corpo precisa de carboidratos bons para funcionar direito.
Mas esse não é o único mito da alimentação saudável. Existem outros que, se seguidos à risca, podem trazer mais prejuízos à saúde do que benefícios. Pensando nisso, o MinhaVida e a nutricionista funcional Cris Ribas Esperança listaram 10 mitos sobre alimentação saudável. Confira:
1. Glúten engorda
“O glúten hoje em dia, na gastronomia brasileira, está envolvido em quase todos os alimentos processados, os carboidratos simples, como pão, massa, bolacha e bolo. Então, esses são alimentos de alto índice glicêmico e, de fato, podem engordar”, explica a nutricionista. Porém, é importante lembrar que o glúten, isoladamente, não é o responsável pelo aumento de peso.
Além disso, Cris ressalta que o glúten é um ingrediente inflamatório, que pode desencadear problemas de saúde como a doença celíaca e a intolerância ao glúten. Somente nesses casos, de fato, é necessário retirar o glúten da dieta.
2. É preciso cortar o carboidrato para emagrecer
Cortar os carboidratos para emagrecer é um dos mais conhecidos mitos da alimentação saudável. “Isso é uma furada”, afirma Cris. “De fato, existem carboidratos ultraprocessados, de alto índice glicêmico, que não trazem benefícios nenhum ao corpo. Mas o organismo precisa de um bom carboidrato, que seja nutritivo, porque é a nossa fonte de energia”, completa.
A nutricionista alerta que, ao cortar esses carboidratos bons da dieta, a pessoa pode, até mesmo, se sentir fraca e desanimada. Por isso, a ideia é consumir alimentos integrais, batata-doce, grão-de-bico, mandioca, lentilha, cenoura, beterraba, aveia e seus derivados, por exemplo, que são de baixo índice glicêmico.
Alguns alimentos de alto índice glicêmico, porém fontes de carboidratos naturais – e não ultraprocessados – também são bem-vindos. É o caso da banana, da melancia, da uva passa, dos cereais e do arroz branco. Porém, eles devem ser consumidos moderadamente por quem tem diabetes.
3. Dietas restritivas emagrecem mais
Quem nunca ouviu falar que para emagrecer é preciso seguir dietas restritivas? Esse é um perigoso mito da alimentação saudável porque, apesar de apresentar resultados positivos em um primeiro momento, pode levar ao conhecido “efeito sanfona”.
“A dieta restritiva não ensina a pessoa a se alimentar corretamente a longo prazo. Ela acaba passando vontade e, ao ter a liberdade de comer aquele alimento restrito novamente, vai exagerar. Consequentemente, a pessoa sofre um efeito rebote, voltando a engordar”, considera a nutricionista.
4. Tapioca não engorda
A tapioca frequentemente é associada a uma alimentação saudável, principalmente como substituta do pão francês. Porém, por se tratar de uma farinha branca, a tapioca possui alto índice glicêmico, além de ser pobre em fibras e proteínas.
“A única vantagem da tapioca é que ela não possui glúten, então, para quem precisa cortar esse elemento da dieta, ela é rainha”, explica Cris. “Agora, em relação a calorias, a tapioca é quase igual ao pão, então não faz tanta diferença”, completa.
Se você optar pela tapioca, uma dica é apostar em recheios nutritivos, como frango com ricota, muçarela light e tomate, abobrinha com cottage ou atum. Ou seja, invista em opções que forneçam proteínas e fibras.
5. Água com limão emagrece
A água com limão é conhecida por ajudar nos processos digestivos, já que a fruta estimula a secreção biliar e pancreática. Porém, a mistura não influencia no emagrecimento. “Se a pessoa substituir um suco de laranja, que é mais calórico, pela água com limão, em todas as refeições, pode-se dizer que ela vai ter um déficit calórico. Mas ela fez apenas uma troca. A água com limão em si não emagrece”.
6. Óleo de coco emagrece
O óleo de coco também caiu no gosto de quem está em busca do emagrecimento e de uma alimentação saudável. Mas será que ele realmente ajuda a emagrecer? “Ele oferece mais saciedade, tem propriedades antioxidantes e é antifúngico, mas ele não deixa de ser uma gordura e é calórico, então não se pode exagerar”, alerta a nutricionista.
A profissional explica que usar o óleo de coco com moderação, em algumas receitas, pode ser uma boa estratégia nutricional. Porém, o consumo em excesso pode, sim, contribuir para o ganho de peso.
7. Peito de peru é saudável
Quem nunca substituiu o presunto ou a mortadela pelo peito de peru em um lanche e pensou que estava fazendo uma substituição saudável, não é? Esse é mais um mito, afinal, peito de peru também é um embutido ultraprocessado, com diversos aditivos químicos.
Porém, uma alternativa é buscar por opções artesanais. “Quando falamos em embutidos, existem dois universos: o dos industrializados e os artesanais. O peito de peru está incluso nos dois”, elenca Cris. A dica, portanto, é sempre ler o rótulo do alimento antes de comprá-lo, buscando por opções com menos aditivos químicos.
8. Ovo aumenta o colesterol
Talvez esse seja o mito mais antigo desta lista e isso acontece porque a gema do ovo é rica em gordura. Mas a verdade é que ele é bastante nutritivo. “O ovo é um superalimento. A gema é gordurosa, mas o corpo também precisa de gordura”, explica a nutricionista.
Além disso, a profissional acrescenta que o ovo também é rico em proteínas e ajuda a aumentar a sensação de saciedade, sendo uma boa opção para o emagrecimento. Porém, a especialista alerta: é preciso evitar o consumo exagerado.
“O excesso do ovo, junto com outros alimentos processados e ricos em carboidratos, é ruim. Mas quando associado a alimentos nutritivos e consumido nas quantidades certas, é sempre bem-vindo”, afirma.
9. É preciso comer de três em três horas
Depende. “É necessário entender o que você vai fazer nessas três horas, qual é a sua rotina”, esclarece Cris. “Se você tomou café da manhã e, até a hora do almoço, vai ficar sentada no escritório, trabalhando, precisa comer novamente? Talvez só como uma estratégia para ficar menos faminta até o almoço”, exemplifica.
Nesse caso, é interessante fazer um lanche da manhã. Porém, se o seu café da manhã for mais reforçado e te dar saciedade, não há necessidade de comer antes do almoço novamente.
“Tudo vai depender da rotina e das necessidades de cada pessoa. Um homem em processo de ganho de massa muscular, precisa comer mais. Se for um idoso que tem menos apetite, comer de três em três horas, em porções pequenas, pode ser uma boa opção também. Para quem está em processo de emagrecimento, essa é uma estratégia para sentir menos fome nas refeições e fazer escolhas mais inteligentes”, comenta.
10. Proteínas de origem animal são indispensáveis para a saúde
Essa é uma frase muito ouvida por quem é vegetariano ou vegano. Porém, é possível obter boas fontes de proteína em alimentos vegetais também. “Tofu, cogumelos, grãos, leguminosas são boas opções de proteína vegetal”, exemplifica Cris. “O prato de um vegetariano ou vegano tem que ser muito rico, colorido e diversificado para que ele tenha todos os nutrientes necessários para uma alimentação saudável”, orienta.
Por outro lado, a nutricionista recomenda que quem retirou a proteína animal da dieta faça um acompanhamento do perfil sanguíneo, através de exames, para saber se não está em déficit de vitamina B12. “Essa vitamina é muito biodisponível nas carnes, então o vegetariano e o vegano podem sofrer uma deficiência e precisar suplementá-la”, alerta.