Descrição
Cloridrato de Fluoxetina: para que serve, como usar, contraindicações e efeitos colaterais
O Cloridrato de Fluoxetina é um medicamento amplamente utilizado no tratamento de transtornos psiquiátricos, especialmente a depressão. Desde sua aprovação, tornou-se uma das opções mais populares entre os ISRS, graças à sua eficácia, segurança e perfil de efeitos colaterais mais tolerável quando comparado a antidepressivos mais antigos, como os tricíclicos.
Para que serve o Cloridrato de Fluoxetina?
O Cloridrato de Fluoxetina é indicado no tratamento de:
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Depressão (associada ou não à ansiedade);
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Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC);
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Bulimia nervosa (auxiliando na redução de episódios compulsivos e comportamentos purgativos);
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Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM), incluindo sintomas como irritabilidade, tensão pré-menstrual (TPM) e alterações de humor.
👉 Importante: em tratamentos de longa duração (mais de 13 a 16 semanas), o médico deve reavaliar a continuidade, já que não há muitos estudos de longo prazo com o medicamento.
Contraindicações
O uso do Cloridrato de Fluoxetina não é indicado para:
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Pacientes com hipersensibilidade ao fármaco ou aos excipientes da fórmula;
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Uso concomitante com IMAO (Inibidores da Monoaminoxidase) – risco de síndrome serotoninérgica, que pode ser grave ou fatal;
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Uso associado à tioridazina (risco de arritmias e morte súbita).
É necessário respeitar intervalos seguros:
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14 dias após interromper um IMAO antes de iniciar Fluoxetina;
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5 semanas após suspender a Fluoxetina antes de começar um IMAO ou tioridazina.
Como usar o Cloridrato de Fluoxetina?
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Administração: via oral, com ou sem alimentos.
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Nunca ultrapassar a dose diária recomendada.
Doses usuais:
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Depressão: 20 mg/dia.
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TOC: 20–60 mg/dia.
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Bulimia nervosa: 60 mg/dia.
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TDPM: 20 mg/dia, podendo ser contínuo ou apenas nos 14 dias que antecedem a menstruação.
➡️ A dose pode ser ajustada conforme resposta clínica, mas doses acima de 80 mg/dia não foram avaliadas de forma sistemática.
Possíveis efeitos colaterais
Assim como outros ISRS, a Fluoxetina pode causar reações adversas. Elas variam em intensidade e frequência:
Muito comuns (>1/10):
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Náusea, diarreia, dor de cabeça, insônia, fadiga.
Comuns (>1/100 e <1/10):
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Boca seca, diminuição do apetite, tremores, ansiedade, alteração da libido, disfunção erétil, sonhos vívidos ou pesadelos, sudorese excessiva, erupções cutâneas.
Incomuns a raros:
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Convulsões, mania/hipomania, arritmias, sangramentos anormais, hepatite idiossincrática, síndrome serotoninérgica (potencialmente grave).
Sintomas de descontinuação:
A interrupção abrupta pode causar tontura, irritabilidade, ansiedade, distúrbios do sono e cefaleia. A retirada deve ser gradual.
Superdosagem
Embora os casos geralmente evoluam bem, pode haver:
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Náusea e vômito;
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Convulsões;
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Arritmias cardíacas (incluindo Torsade de Pointes);
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Alterações no sistema nervoso central, como excitação, sonolência ou até coma.
⚠️ Casos fatais são raríssimos quando a Fluoxetina é ingerida isoladamente.
O tratamento consiste em monitorar sinais vitais, suporte clínico e cuidados hospitalares.
Interações medicamentosas
A Fluoxetina é um forte inibidor da enzima CYP2D6, podendo alterar o metabolismo de outros fármacos. Entre as interações mais importantes:
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Antidepressivos e ansiolíticos: risco de síndrome serotoninérgica (ex.: ISRS, IMAOs, tricíclicos, lítio, triptanos).
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Varfarina e anticoagulantes: risco aumentado de sangramentos.
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AINEs e aspirina: maior risco de hemorragia gastrointestinal.
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Erva de São João: pode aumentar efeitos colaterais.
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Álcool: não há interação direta, mas não é recomendado associar.
Precauções e cuidados
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Risco de suicídio: maior em pacientes jovens (<25 anos), especialmente no início do tratamento.
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Efeitos cardiovasculares: pode prolongar o intervalo QT, exigindo cautela em pessoas com arritmias.
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Convulsões: usar com cautela em epilépticos.
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Hiponatremia: mais comum em idosos ou pacientes que usam diuréticos.
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Controle glicêmico: pode causar hipoglicemia durante o uso e hiperglicemia após suspensão em pacientes com diabetes.
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Gravidez e amamentação: deve ser usada apenas se o benefício superar os riscos, sempre com acompanhamento médico.
Conclusão
O Cloridrato de Fluoxetina é um medicamento seguro e eficaz quando usado corretamente, sendo um dos principais antidepressivos da atualidade. Ele atua melhorando a disponibilidade de serotonina no cérebro, o que ajuda a regular o humor, reduzir sintomas obsessivos, controlar impulsos alimentares e aliviar alterações ligadas à TPM.
No entanto, como qualquer psicotrópico, deve ser usado somente com prescrição médica, considerando suas contraindicações, interações medicamentosas e potenciais efeitos adversos.





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